segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CRÍTICA: ÁGUA PARA ELEFANTES






Direção: Francis Lawrence
Gênero: Drama/Romance
Duração: 120 min.
Ano: 2011

Um grande espetáculo dramático


O diretor Francis Lawrence, responsável por alguns filmes esteticamente interessantes (como “Constantine” e “Eu sou a Lenda”) traz um filme que, de certa forma, inova seu estilo, uma vez que o cineasta é mais conhecido por longas de ação ou de ritmo ‘frenético’; de fato, “Água para elefantes” é uma obra sutil, leve e que deixa de lado a ação frenética para dar espaço a um drama bem construído e visualmente deslumbrante, ancorado em um desenvolvimento muito competente, ainda que um tanto melodramático em alguns momentos.
Roteirizado por Richard LaGravenese (“P.S. Eu te amo”), o filme é baseado no best-seller de Sara Gruen e fala sobre a vida do jovem estudante de veterinária Jacob Jankowski (Robert Pattinson), que, após perder tudo bruscamente – inclusive os pais – lança-se à toa ao mundo, em busca de algum sentido para sua vida daí em diante. Acaba indo parar no trem do proprietário de um circo e sua vida muda definitivamente a partir de então.
Duas facetas do filme ficam evidentes ao longo de sua projeção: a relação de Jacob com os animais e o romance dele por Marlena (Reese Witherspoon) esposa do dono do circo, August (Christoph Waltz). Sendo veterinário, Jacob se preocupa com o bem-estar dos animais do circo, mas isso constantemente vai de encontro aos interesses de August, que se mostra dominador, violento e mais preocupado com o lucro das exibições do que com a saúde dos animais. Sobra pouco espaço para o romance de Jacob e Marlena, e isto só ocorre positivamente depois da segunda metade do filme; contudo, desde o princípio vai-se formando um vínculo entre eles, a partir do amor de ambos pelos animais, em particular a elefanta Rosie, a principal atração dos shows, e cuja história servirá de amálgama à consumação da relação dos amantes.
No quesito atuação, Robert Pattinson até convence como protagonista, demonstrando que atingiu certo grau de maturidade após o mau começo em “Crepúsculo”. Sua interpretação é contida, meio chocha, mas se encaixa no perfil introvertido do personagem; certamente poderia ter sido melhor, mas não decepciona. Reese Witherspoon se destaca tanto em atuação quanto nas performances acrobáticas da personagem Marlena. Christoph Waltz dispensa comentários e certamente é o trunfo do filme: parece ter nascido para interpretar personagens instáveis e explosivos.
Por fim, outro mérito relevante do filme, perceptível desde seu início, é, sem dúvida, a fotografia fantástica, de um visual vivo que deslumbra os olhos, particularmente por ser um drama de época. De fato, a direção fotográfica de Rodrigo Prieto , o mesmo responsável pela de "O segredo de Brokeback Mountain" ,  é impecável. Figurinos e cenários seguem a mesma estética e resultam no complemento que solidifica o filme como um verdadeiro espetáculo. Não é, para o cinema, o que diria August em relação ao circo, “o maior espetáculo da Terra”, mas encanta e compensa suas duas horas de duração.






Conceito: Ótimo
Nota: 9,0

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